O verdadeiro Cristo

Como tu, num Cristo rancoroso
Eu já acreditei
Mas no Evangelho um Jesus amoroso
Foi o que encontrei

Com raios a fulminar pagãos
Eu o imaginará
Sem saber que de suas santas mãos
O perdão emanará

O verdadeiro caráter de Jesus
Não eu não conhecia
Ao domínio da esplendorosa luz
Não eu não pertencia

Imaginava o meigo Filho de Maria
Qual um carrasco
A Madalena sim eu apedrejaria
Sem sentir asco

De Samaria, a cidade impenitente
com raios fulminantes
Destruiria sem dó, completamente
E mataria, os habitantes

A mensagem do amor e do perdão
E não compreendia
Imerso num mar de escuridão
Tinha a noite por dia

Qual Moisés, Maomé um Cristo imaginava
Cruel e vingativo
Com leis de morte eu o pintava
arisco e punitivo

O seu furor não abrandava, este falso Jesus
por mim criado
Por um instante sequer eu o supus
por mim ser fabricado

Em minha ilusão, tudo subvertia
E odioso
O coração de pedra não advertia
O clamoroso

Engano urdido pela imaginação
fantasiosa
Em torno de vã cogitação
Indecorosa

Através da qual eu distorci e falseei
a sã doutrina
Por meio da qual eu profanei
A verdade divina

Mas, felizmente um dia com serenidade
O Evangelho abri
E o Mestre de amor e de verdade
Enfim eu descobri

Guiado pela mão boa e amiga
Do catolicismo
Superei a confusão e a intriga
Do fundamentalismo

Desde então apaixonado me tornei
Por este Bom Jesus
Que ao invés de matar como eu pensei
Morreu por nós na cruz

Hoje adoro um Deus que quer fazer feliz
A humanidade
E meu coração fiel bendiz
Sua fraternidade!

Num monstro sádico e cruel
eu ja não creio mais
No culto vivo de Cristo Emanuel
encontrei minha paz