Ofício da Santa e vivificante Cruz 1817 - ÚNICO RIMADO

Oferecemos a todos os devotos da santa a vivificante Cruz, versão por nós rimada do ofício de 1817 -

Pelo sinal da Santa Cruz
Dos inimigos livra-nos Jesus

Abri os lábios meus Senhor
E proclamarei o teu louvor!

Senhor Jesus e Virgem Senhora
Ajudai-me e socorrei-me sem demora!

Gloria seja ao Pai
Ao Filho seu também
E ao Santo espírito
Para sempre amem!

Glória seja dada em verdade
Excelsa Glória a santa Divindade
Glória seja dada a Santíssima Trindade!

Louvor seja dado
Louvor Eterno
A Deus de Deus
Do Pai, o Verbo

Sabedoria da santa divindade
Do Pai imagem verdadeira
Junto ao horto, hora derradeira
Gerado na luz da eternidade!

Homem és tu, homem verdadeiro
Novo Adão que fazes o homem novo
Redentor fiel de nosso povo
Antes, na eternidade, Deus primeiro

Pelos discípulos abandonado
Vendido pelo Judas malfeitor
Pelos judeus vilipendiado
Credor és de toda estima e amor

Cruz abençoada e vivificante
E emblema de nossa redenção
O homem te exalte confiante
Obtendo luz, graça e salvação

Do Cristo memória sois das dores
Advertência, emenda aos pecadores
Nós te exaltamos oh cruz com respeito profundo
De teus braços pende o Criador do mundo!



PRIMA


Pelo sinal da Santa Cruz
Dos inimigos livra-nos Jesus

Abri os lábios meus Senhor
E proclamarei o teu louvor!

Senhor Jesus e Virgem Senhora
Ajudai-me e socorrei-me sem demora!

Gloria seja ao Pai
Ao Filho seu também
E ao Santo espírito
Para sempre amem!

Glória seja dada em verdade
Excelsa Glória a santa Divindade
Glória seja dada a Santíssima Trindade!

Louvor seja dado
Louvor Eterno
A Deus de Deus
Do Pai, o Verbo


Ao tribunal de Pilatos conduzido
Jesus na hora primeira
Tem inicio a jornada derradeira
Porque a homem fostes reduzido

Acusado por homens mentirosos
Num arremedo de julgamento
Inicia-se Senhor o teu tormento
Cercado por inimigos numerosos

Por um ladrão fostes trocado
Senhor Jesus lá no pretório
Por rude gente e povo torturado
Bendito seja Senhor teu oratório!

Cruz abençoada
Bendito sinal
Nós te exaltamos
Livra-nos do mal

O céu alcancemos
Pelo Redentor
Que nos teus braços
Conheceu a dor

Do Cristo memória sois das dores
Advertência, emenda aos pecadores
Nós te exaltamos oh cruz com respeito profundo
De teus braços pende o Criador do mundo!


TERÇA



Pelo sinal da Santa Cruz
Dos inimigos livra-nos Jesus

Abri os lábios meus Senhor
E proclamarei o teu louvor!

Senhor Jesus e Virgem Senhora
Ajudai-me e socorrei-me sem demora!

Gloria seja ao Pai
Ao Filho seu também
E ao Santo espírito
Para sempre amem!

Glória seja dada em verdade
Excelsa Glória a santa Divindade
Glória seja dada a Santíssima Trindade!

Louvor seja dado
Louvor Eterno
A Deus de Deus
Do Pai, o Verbo

Louvado sejais oh Senhor açoitado
E sentenciado a morrer numa cruz
Exaltado sejais Senhor Jesus
De púrpura coberto e injuriado

Senhor Jesus de todos os caminhos
Contemplamos vossa fronte amargurada
Pela cana com força golpeada
E coberta por acérrimos espinhos

Senhor Jesus tendo sobre os ombros
Do madeiro o peso esmagador
Tomais o caminho do calvário
Estreito caminho de angústia e de dor

Quebrado do inferno
As cadeias da morte
No alto da cruz
Cristo mostra-se forte!

Do mal desprendidos
Por graça da Cruz
Fortes, redimidos
Louvemos Jesus!

Do Cristo memória sois das dores
Advertência, emenda aos pecadores
Nós te exaltamos oh cruz com respeito profundo
De teus braços pende o Criador do mundo!
SEXTA


Pelo sinal da Santa Cruz
Dos inimigos livra-nos Jesus

Abri os lábios meus Senhor
E proclamarei o teu louvor!

Senhor Jesus e Virgem Senhora
Ajudai-me e socorrei-me sem demora!

Gloria seja ao Pai
Ao Filho seu também
E ao Santo espírito
Para sempre amem!

Glória seja dada em verdade
Excelsa Glória a santa Divindade
Glória seja dada a Santíssima Trindade!

Louvor seja dado
Louvor Eterno
A Deus de Deus
Do Pai, o Verbo

Do monte no cume
Já tendo chegado
É Cristo pregado
Seu ato resume

Amor verdadeiro
Pela humanidade
Amor a verdade
Cravado ao madeiro

Em meio a ladrões
Sofrendo de sede
A dor ao triunfo
Ali antecede

Por madeiro antigo
Fomos condenados
Por este madeiro
Já emancipados

Amargo era o fruto
Dá árvore antiga
Doce e saboroso
Desta árvore amiga!

Do Cristo memória sois das dores
Advertência, emenda aos pecadores
Nós te exaltamos oh cruz com respeito profundo
De teus braços pende o Criador do mundo!



NOA


Pelo sinal da Santa Cruz
Dos inimigos livra-nos Jesus

Abri os lábios meus Senhor
E proclamarei o teu louvor!

Senhor Jesus e Virgem Senhora
Ajudai-me e socorrei-me sem demora!

Gloria seja ao Pai
Ao Filho seu também
E ao Santo espírito
Para sempre amem!

Glória seja dada em verdade
Excelsa Glória a santa Divindade
Glória seja dada a Santíssima Trindade!

Louvor seja dado
Louvor Eterno
A Deus de Deus
Do Pai, o Verbo

Suspiro soltando
Na ara da cruz
Morre o Bom Jesus
O mal espantando

A alma encomenda
Encomenda aos céus
O Verbo de Deus
Com força tremenda

A lança perfura
O seu coração
Suprema ternura
Superna afeição!

Esconde-se o sol
mostrando temor
A terra esbraveja
Lamenta o Senhor

A mãe natureza
De luto se cobre
Esconde a beleza
Já mostra-se pobre

No Gólgota a morte
Por Cristo ferida
Ali tem por sorte
Ser já preterida

A morte morrendo
Por obra da Cruz
Da lugar a vida
Triunfa Jesus

Do Cristo memória sois das dores
Advertência, emenda aos pecadores
Nós te exaltamos oh cruz com respeito profundo
De teus braços pende o Criador do mundo!



VÉSPERAS


Pelo sinal da Santa Cruz
Dos inimigos livra-nos Jesus

Abri os lábios meus Senhor
E proclamarei o teu louvor!

Senhor Jesus e Virgem Senhora
Ajudai-me e socorrei-me sem demora!

Gloria seja ao Pai
Ao Filho seu também
E ao Santo espírito
Para sempre amem!

Glória seja dada em verdade
Excelsa Glória a santa Divindade
Glória seja dada a Santíssima Trindade!

Louvor seja dado
Louvor Eterno
A Deus de Deus
Do Pai, o Verbo

Deposto da Cruz
Da Virgem nos braços
Diluídos traços
Estão de Jesus

O corpo imolado
Ali jaz sem vida
Alma comovida
Mistério sagrado

A Virgem das dores
Os olhos sem brilho
Pelos pecadores
Contempla do Filho

Jesus é o fruto
Bendito da Cruz
Da árvore pomo
Mais doce é Jesus

O pomo mais doce
E celeste é Jesus
Suspenso na trave
Bendita da Cruz

Do Cristo memória sois das dores
Advertência, emenda aos pecadores
Nós te exaltamos oh cruz com respeito profundo
De teus braços pende o Criador do mundo!


COMPLETA


Pelo sinal da Santa Cruz
Dos inimigos livra-nos Jesus

Abri os lábios meus Senhor
E proclamarei o teu louvor!

Senhor Jesus e Virgem Senhora
Ajudai-me e socorrei-me sem demora!

Gloria seja ao Pai
Ao Filho seu também
E ao Santo espírito
Para sempre amem!

Glória seja dada em verdade
Excelsa Glória a santa Divindade
Glória seja dada a Santíssima Trindade!

Louvor seja dado
Louvor Eterno
A Deus de Deus
Do Pai, o Verbo

Lançado é o corpo
A treva escura
A fria sepultura
Pois Jesus é morto

Assim é cumprido
Fatal vaticínio
E cruel assassínio
Teu Deus é partido

Mistério de morte
Conhece o Senhor
Tal a sina, a sorte
De infinito amor!

Aquele que oh Cruz
Em ti morreu
Aquele doce Jesus
Que muito padeceu

Por ti esse Jesus
Nos conceda um sorriso
E por ti vivificante Cruz
Nos de o paraíso!

Do Cristo memória sois das dores
Advertência, emenda aos pecadores
Nós te exaltamos oh cruz com respeito profundo
De teus braços pende o Criador do mundo!



Bondoso Jesus
Recebe estas horas
De quem tua Cruz
Reverente adora
E se tu morrestes
Para me salvar
E aqui viestes
Para resgatar
Na hora da morte
Por merce da Cruz
Concede-me sorte
E favor Jesus.

Fé sem obras

Como tu numa salvação fácil eu acreditei
Acreditei porque quis e me enganei
Pensava que a fé sem nada mais garantiria
As bençãos do nobre filho de Maria

Neste caminho largo, sem obras apostei!
E ouvindo a voz sutil do ego, nele me deleitei
E te posso garantir que não suportaria
Ouvir o que Jesus dos seus exigiria!

No entanto do Evangelho as letras percorrendo
No sentido do pensamento correto de Jesus
Outra mensagem eu fui percebendo

Hoje por estreita senda vou correndo
As obras pratico pois já vejo a luz
E graça após graça já vou recebendo!

Mensagem da cruz

Teus braços suspensos no madeiro
Lívidos, exangues já sem vida
Tornam-me a alma comovida
Meu Deus e homem verdadeiro

Adequado que sendo marceneiro
e hábil em trabalhos co'a madeira
Tenha escolhido morrer desta maneira
Para exprimir amor profundo, inteiro

Emblema és oh cruz vivificante
Do amor eterno, infindo, imenso
De um Deus fiel que é solidário!

Nada há nesta Lei que mais me encante
Que este amor fiel, real, intenso
Pelo qual sofredor algum jaz solitário!

Minha lei...

Nauta no mar sobre sanhudo
De uma existência merencória
Ao termo desta vida transitória
Trazendo n'alma espinho agudo

Prestes a sossobrar nesta procela
Em que a sorte da vida me lançou
Viajante que agreste sopro balançou
E que sentia-se preso numa cela!

Ali jazia eu sem paz e esperança
Sem vida, sem luz e sem sentido
Qual espectador de um cataclismo!

Hoje tua mão divina me alcança
E me vejo restaurado e garantido
Repousando na Lei do Cristianismo!

Culto a humanidade

A lei eterna do amor professo
Perpétua lei de luz da caridade
Lei de carinho e de bondade
Lei do Evangelho a que confesso

Deus encarnado de verdade
Nada mais eu nada mais te peço
E se algum bem aqui mereço
Seja amar e servir a humanidade

Tal o desígnio mais nobre excelente
Tal a meta mais excelente e virtuosa
Tal a aspiração mais virtuosa enfim

Eis o que te peço humilde e reverente
Em meio a existência curta e tormentosa
amar o semelhante, o irmão até o fim!

O primeiro milagre de Jesus

Caná da Galileia, uma vila obscura
Num casamento, o vinho é acabado
Porém Jesus Cristo fora convidado
E com ele a Virgem cheia de doçura

Filho se podes, mitiga a amargura
dos noivos, porque vinho há esgotado
Mulher, a minha hora não há chegado
Que temos nós a ver? Fala-lhe com candura

Passado um instante, o mestre diz:
Estas talhas enchei com água pura
E buscai, trazei o mestre provador

O mestre provador a Deus Bendiz
--- Nisto não há logro ou impostura
Aqui há vinho doce e de melhor sabor!

O Verbo ser fez carne

O verbo eterno
Que sendo terno
Bom e paterno
Ao mundo veio
Eu nisto creio

E Verbo sendo
Porem querendo
E entretecendo
nos encontrar
No mundo entrar

Carne assumiu
Não presumiu
O céu de anil
Abandonar
ou o deixar

Pois cá estava
Aqui morava
E habitava
Alma do mundo
Do Ser o fundo

Assim mortal
Sendo imortal
homem total
Se quis fazer
a bel prazer

Deus não se tolhe
Por isso escolhe
E assim acolhe
Com alegria
Santa Maria

No ventre dela
Da Virgem bela
Já se revela
A humanidade
Deus em verdade!

Disponibilidade

Se Alguém
Mal vestido
Esbatido
hoje corta
teu caminho
Mais ninguém
O abatido
Introvertido
Já a porta
Com carinho
O percebe
O recebe

Tu porém
que de Jesus
tens luz
Se importa
E socorre
Mais além
já reluz
E traduz
E comporta
E não morre
Esperança
Que não cansa

De redenção
sinal
imortal
Para o pobre
sofrido
Atenção
Fraternal
perenal
alma nobre
tens sido
generosa
E bondosa!

Já rasgado
este véu
lá no céu
tu serás
Recebida
E obtido
o troféu
não ao léu
viverás
Acolhida
já penhor
do Senhor!

Sê fraterno

Se na rua
Amarrotado
Você vê
O seu irmão
Pela agrura
fustigado
estendendo
Sua mão
Preste ajuda
Lhe acuda!

A calçada
desprezado
Semelhante
imundo jaz
Apressada
Ocupado
Adiante
Segue em paz
Insensível
Desprezível

Coração
Empedernido
Desalmado
sem amor
Condição
prevenido
já cismado
Sem valor
Imprestável
Intratável

Do Evangelho
praticante
Samaritano
Se faz
No conselho
Edificante
Sendo humano
te compraz
Eis teu alvo
Eis-te salvo!

Exortação ao amor

De amor precisamos urgente
Para a vida correta inspirar
Que o coração inflame a toda gente
Sem no entanto fazer-nos pirar

por um mundo de amor ouso aspirar
Dele quero ser promotor, agente
Nesta causa necessária, ingente
Porque já não podemos esperar!

Aprendamos, aprendamos a amar
curando das dores deste mundo
provocadas pela lei do egoísmo

Sé amando haveremos de escapar
ao abismo colossal, profundo
a destruição, enfim ao cataclismo.

Ode ao otimismo

O estro corre nas asas
Nas asas da viração
Veneno corre nas veias
Desta nossa geração
O fogo dorme nas brasas
Melodia na canção
O amor com que te abrasas
Dentro do teu coração

Sofrimento que te oprime
Não é muito, nem é nada
Olha o bem que te redime
Pelas ondas sobrenada
A dor que o sofrer imprime
Tem por finda, por sanada
A vitória do teu time
De roldão é conquistada

Crê no bem e crê na vida
teu caminho vai seguindo
A beleza que convida
Acenando vai sorrindo
Com a alma comovida
o perfume vai sentindo
Da estrada percorrida
Que nas curvas vai sumindo

Desespero não te afete
Não permitas abater
Setenta vezes por sete
Segue cumprindo o dever
A boa sorte complete
Delícias de teu viver
Desgraça não acomete
Quem o amor faz vencer!

Estro

Como o pintor pinta seu quadro
Como o arquiteto empunha o esquadro
Como o escultor ergue o martelo
Como o ator interpreta seu 'Otelo'

Como o jardineiro poda suas flores
Como o jovem aspira por amores
Como o músico compõem a melodia
Como o corista persegue a harmônia

Como o sacerdote conduz a liturgia
Como nauta que corta o mar adverso
Como as bacantes fazem sua orgia

Como o Senhor Deus fez o universo
Como o médico fazer sabe a cirurgia
Assim o poeta faz seu verso.

Meus versos

Apegado a relíquias, cruzes e missais
Me sinto um exilado neste mundo
Mundo sem beleza, erradio e vagabundo
Sede e fome de beleza sinto mais

Não me enquadro nos dias atuais
O modernismo tenho por imundo
E arrastando-me por este tempo furibundo
Prisioneiro de outras eras, imemoriais

Alívio encontro apenas nestes versos
Que em momentos opostos, adversos
Ao papel confio com sofreguidão

Assim nestes tempos tristes e perversos
Peregrino de outros mundos, universos
Serenidade e paz eles me dão!

Tributo a amizade fraternal

Que Deus me acrescente bons amigos
Amigos em grande quantidade
Quantidade que reflita sempre qualidade
Qualidade oposta a dos inimigos

Inimigos não tenho de verdade
Verdade, tais não passam de mendigos
Mendigos que demandam por abrigos
Abrigos que mitiguem a ansiedade

Ansiedade, não há melhor remédio
Remédio melhor do que amizade
Amizade sincera, pura e verdadeira

Verdadeira arma contra o tédio
Tédio que se converte em amenidade
Amenidade que adoça a vida inteira!

Infinitude

Por entre as nuvens de incenso
Eleva-se minhalma entre as alturas
Bendigo a Deus e suas criaturas
Num hino de amor, amor intenso

Olhando estas abóbodas eu penso
Que um dia findarão as amarguras
E fitando as marmóreas esculturas
Dispostas naquele espaço imenso

Bem próximo me sinto do infinito
Em união com a alma do universo
Em comunhão com a beleza eterna

Mesmo sem deixar de ser finito
Busco manifestar por este verso
Algo da Consciência sempiterna!

Natividade

Nasces, e o teu nascimento
Assinalada uma nova era de amor
E removido dos povos o temor
Que lágrimas produz de aviltamento

Trazes ao mundo rejuvenescimento
Dos pobres é ouvido o clamor
E a idade da violência e desamor
Mergulha no pó do esquecimento

Na manjedoura contigo adormecido
O futuro esta de toda humanidade
Unigênito filho de Santa Maria

O Universo imenso, embevecido
Porque o fulgor da eternidade
A humanidade aos céus elevaria!

O mistério da Encarnação

Verbo incriado que baixando a terra
Procuras com amor e com carinho
Ser vida, ser verdade, ser caminho
Tudo quanto a perfeição do bem encerra

Contra o mal inicias a tremenda guerra
Enfrentando das potências o escarninho
Aos virtuosos falas bem mansinho
Pacientemente reconduzes o que erra

Presente no mundo como consciência
Como lei eterna, sábia e imanente
Assumes agora mortal aparência

Tu te fazes carne verdadeiramente
Ser ilimitado e amplo cuja abrangência
Absorve este universo totalmente.

Imortalidade canina

Tu dizes, o cão não sobrevive a morte
Deploro tua crassa ignorância, imensa
Baseada em pré concebida crença
Não na evidência soberana e forte

Não que tua tola opinião me importe
No entanto como ser que a vida pensa
De tua idiotice colossal, extensa
Quero explorar a pouca sorte

Se o cão vive, percebe, sente e ama
Se é capaz de ofertar o dom da amizade
E se nos lambe com tanto carinho

Sua existência canina é que proclama
Existência de uma sábia divindade
O fim igual deste comum caminho!

Rios de lágrimas

Se rios de lágrimas vertem teus olhos
produzidos pela solidão
Se teus caminhos são pedras e abrolhos
Em meio a amplidão

Se do Hádes abrem-se os ferrolhos
exigindo tua servidão
Se incomoda-te o freio dos antolhos
A densa escuridão

Aproxima-se de Cristo Jesus, o Redentor
E com intenso fervor, arrependido
Pede-lhe ajuda

Crê do Universo imenso, no detentor
E crendo que por ele foste compreendido
Implora que te acuda!

O quadro

Do sagrado coração eu bem me lembro
Na grande sala de jantar entronizado
Era um grande quadro envernizado
Após tantos anos inda me alembro

Contemplava-o de janeiro a dezembro
Naquela parede imensa pendurado
Coração de Jesus manso e sagrado
Coração de Jesus eu te relembro!

Passou-se o tempo tão rapidamente
A casa da velha tia nunca mais tornei
E teu semblante apagou-se da memória

Coração eu te recordo novamente
Pois se infante te vi e me emocionei
Integrante parte és da minha história

Apelo ao coração

Segue em frente e em paz oh coração
Pelos golpes da vida torturado
Segue adiante coração amargurado
Sempre preso ao brilho da ilusão

Por que sentes tão mórbida atração
Por um ideal vulgar, desfigurado?
Por que estas de ódio saturado
E não compreendestes a lição...

Do Santo Evangelho que convida
A perdoar setenta vezes sete
Cada insulto e ofensa recebida

A ti, coração fiel a Deus compete
por santa virtude regular a vida
De Jesus a lição de amor repete!

Fraternidade

Não feches de tua casa a porta
Ao que implora por um naco de pão
Solidário e fraterno estende mão
Amar, amar somente importa

Tua mente ao Salvador reporta
Foge do egoísmo vil a tentação
prodigaliza cuidado, zelo e atenção
ao pobre, que isto ao céu transporta

Do Evangelho a santa lei pratica
O bem espalha sobre a terra
Tomando o Cristo por exemplo

Da água o Sacramento ratifica
Manifesta a luz que tua alma encerra
Manifesta que de Deus és templo

A crença viva

Se a crença viva te dirige os passos
Por entre as pedras do caminho
Ao céu de luz estende os braços
E canta como um passarinho

Pela amplidão de todos os espaços
Vai planando suave de mansinho
Dispensando beijos e abraços
Enquanto tornas ao celeste ninho

Se o Evangelho inspira-te as ações
E crença pura adorna tua alma
Imprimindo de Jesus a semelhança

Não receies o poder das tentações
Mas com prudência, serenidade e calma
pela fé transforma-te em criança.