domingo, 19 de setembro de 2010

Outra rogativa




Jesus eu vivo sem vida


triste, sozinho, abandonado


Neste viver assim largado


minha esperança é reduzida




Será por culpa merecida


que sou pela vida castigado?


Ou sem motivo fustigado


sorte do destino, imerecida?




Amigo Jesus tem piedade


faz reviver as esperanças


deste amor tão acidentado




Retira de mim a ansiedade


Renova Senhor as minhas crenças

Vê Senhor Jesus o meu estado...

terça-feira, 14 de setembro de 2010




Agradeço Jesus o lenitivo


com que confortas sem cessar minh'alma


agradeço Jesus a paz e a calma


com que neste lance aflitivo




Este insucesso relativo


que me furtando a cobiçada palma


para me servir de empalma

enche de sentimento negativo




Mais esta provação eu agradeço


Jesus, Salvador das almas puras


Sei que faço jus a ela e a mereço




Eu te louvo por minhas desventuras


que da maldade imensa são o preço


pago por multidões de criaturas...



Epifânio de Queiroz

domingo, 12 de setembro de 2010

Lamentos...




Neste mundo de tristezas

sem atrativos, belezas

todo cheio de amarguras

se nos apertam os laços

se nos desviam os passos

multiplicando as torturas


Desvanecem esperanças

obscurecem-se as crenças

mais santas e luminosas

Só resta encarar a cruz

O madeiro em que Jesus

horas tristes, tormentosas


Por nós esteve a sofrer

a chorar e padecer

pelas dores esmagado!

A Jesus pois imitemos

seu exemplo assimilemos

de amor inigualado!


Co'a graça do Santo lenho

paz no coração já tenho

neste degredo nefando

Só por Jesus eu suspiro

Só por seu Reino eu aspiro:

Jesus, Jesus até quando?




Senhor Jesus eu sofro tanto

preso a esta cruz, cruel fadário...

desfiando de penas um rosário

com suspiros, lágrimas e pranto!


Bom Jesus, Jesus que sois tão Santo

do teu celeste e divino santuário

tu que tanto sofreste no calvário

percebe minha aflição e desencanto...


E se não te apraz levar-me deste mundo

mundo perverso, ingrato e traiçoeiro

ergástulo escuro, estreito e imundo


Trás de volta meu amor primeiro

meu amor tão puro e tão profundo

tão belo, esperançoso e altaneiro...

Stavros Nika




Lenho tingido pelo sangue puro
e escarlate do cordeiro inocente
até meu pétreo coração se sente
maculado, sujo e impuro


Ao avistar em leito assim tão duro
Deus agonizante e padecente
Que para nos despertar consente
Sofrer tão ultrajante apuro!


O espírito, a alma se comove
E a amar-te igual me move
a purpúrea tinta do madeiro


Se não fostes meu amor primeiro
Sendo livre me faço prisioneiro
teu e nada, nada me demove!



domingo, 5 de setembro de 2010

Imortalidade...














Também eu acreditei que esta vida


tudo é


Perdendo a crença recebida


a antiga fé...




Também eu como tu


por certo dei...


que esta vida é tudo


e me alegrei...




Também eu cri compreender


a vida


Mas tive benefício de conceder


a dúvida...




Como tu acreditei ter achado


boas explicações.


Então me vi pasmado

entre divagações...





Como tu porfiei decifrar


a existência


Dos enigmas todos extrair


a quintessencia...




Pretendi com a inteligência devassar


ares e abismos


tudo reduzir e expressar


por silogismos...




Levei a cabo meus juvenis


enleios


Um sequer, não satisfiz:


destes anseios...




Cheguei mesmo a acreditar que a morte


tudo destrói


que o verme segundo a humana sorte


tudo corrói...




Que a lousa era o final de tudo


quanto fazemos


Os ossos, testemunho mundo


do que perdemos


A fria campa, termo final

da existência

Trágico epílogo mortal

desta ciência!




O espirito fruto de neuronais


conexões


A alma produto de anormais


concepções...


A imortalidade humana, palavra

sem sentido!
A metafísica rematada lavra

de um ressentido...






Tudo para mim se resumia na matéria


fria


Cada dor, cada pulsação, artéria


a alegria...


E assim prosseguia em meu anelo


captar

Sentido, sem mundo paralelo...

demonstrar

Da religiosidade a insana loucura

e com prazer

a superstição ignara, obscura

desfazer!






Como vós eu não acreditava


noutro viver


mas apenas naquilo que aceitava


podendo ver.





Dia veio porém em que acordei


deste sono letal


abri meus olhos e por certo dei


com o engano fatal





A teoria segundo a qual esta vida


tudo é.


Minh'alma abraçou comovida


a antiga fé...




Fé no destino imortal, superior


da alma humana


que da racionalidade interior


emana




Hoje sei que algo sobrevive ao 'fim'

lá nos espaços

E por isso hei de exclamar enfim:

quebrei meus laços...












sábado, 4 de setembro de 2010

Senda de luz




Você pode escutar
o verbo áspero e vão,
doando serenidade,
Em forma de reação;

Sem anotar qualquer magoa
Lamentações de hora em hora
entendo, desculpando
As aflições de quem chora;

Se entrega pontos de vista
No que deseja ou que pensa
esquecendo, perdoando
Qualquer espécie de ofensa;

Se acolhe a sombra da injúria
que a estrada lhe desmerece
ofertando em consequencia
O benefício da prece;

Se acaso resgistra o mal
magoando ou ferindo alguém
E silencia amparando
A força viva do bem;

Se aceita o próprio dever
por luz que a vida lhe aponta
trabalhando, abençoando
A servir sem fazer conta...

Então terra abraçado
A benção da própria cruz
seguindo o roteiro certo
Da redenção com Jesus.

Francisco Cândido Xavier

Prece de Cáritas






Deus Nosso Pai, poder e bondade

que tudo preenche, tudo invade


Ampara aos que trilham a senda

da provação, para que a fé ascenda...


Põe no coração do homem, luz e calor

Enche-o de caridade, amor


Concedei uma estrela como guia, ao peregrino

ao enfermo repouso, coragem ao menino.


Aos desencantados da vida algum conforto

que lhes sirva de bonançoso porto


Ao criminoso arrependimento e contrição

Ao espírito a verdade da revelação


Vossa bondade alcançe toda criatura

Esmagada pelo peso da tristeza e da amargura


Piedade Senhor dos que vos desconhecem

E vos desconhecendo tanto mais padecem


Esperança condecei aos sofredores

Purificação e penitência aos pecadores...


Que os espiritos de luz que nos rodeiam

e as trevas eliminam e clareiam


Possam derramar sobre este nosso mundo

operosa fé, amor puro e profundo...


Um raio de vosso amor inflame, o raio desta terra

cada alma que chora, cada ser que erra...


Guiando-os a fonte fecunda, da vossa redenção

em cujas águas vivas todos saciar-se-ão!!!...


Um só coração, uma unidade, de pensamento;

subirá a vós Senhor Jesus, ao firmamento


Hino de júbilo, um brado, de otimismo

sem vestígio de rancor, de ódio ou de egoismo


Sobre a montanha vos esperamos, qual Moisés

pois sabemos quem o sois e por quem És...


Oh bondade, oh beleza, oh perfeição

Deus de misericórdia e compaixão!


Possamos merecer a vossa abençoada graça,

vossa santa vontade assim se faça.


Ajuda-nos Senhor a avançar seguindo em frente

Para que a sedução do mal vitorioso enfrente


Tendo a razão por guia e a fé por escudo

O mal vencerei, triunfarei de tudo.


Assim em meu interior plasmarei, a vossa imagem

Completando enfim esta romagem...


Invocando sempre, sereno, o nome de Jesus...

Verbo imortal que nos conduz...

Prece por meus amigos




Amigos eu vos agradeço


Cada prova de solidariedade


Cada gesto de co fraternidade


Sabendo: não mereço




Amigos queridos eu vos peço


santa paciência e caridade


dádivas do bem e da verdade


acima de todo valor, de qualquer preço.




Amigos eu vos recomendo


a luz da Superna divindade


Suplicando paz e proteção




Ao Pai do céu vos encomendo


para que a fé e a serenidade


vos aqueçam a alma e o coração!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Imortal fadário...






Se te sentes na terra peregrino
envolvido por nuvens opressoras
por forças ocultas repressoras
de um fatal destino...

Se te sentes na terra qual pedaço
de astro ou de planeta decaido
fragmento de metal recém saido
do celeste espaço...

Sabe que este fadário terá fim
dá mais um passo...
Qual Maria dize Sim
e aperta o laço...
Segue em busca do repouso prometido
Astro de luz do céu recém saido...




Báratro de terrores cheio
Menor de todas as esferas
Retorno sem fazer rodeio
Resgatando culpas doutras eras

Desfazem-se todas as quimeras
enquanto vou seguindo alheio
quase morto, sufocado, em meio
a visão de alheias primaveras

Alma fadada a expiar teus crimes
Por que fugindo a lei te eximes
Ante o calvário aberto do infinito?

Eleva aos céus teu coração aflito
Expande na voz de Deus teu grito
Enquanto no mundo te redimes...



Qual brisa suave e mansa
alegre, refrigerante
Que corre e jamais se cança
Que tudo cerca e alcança
num ínfimo instante...

Sorriso límpido e aberto
transparente e jovial
Sorriso lépido e certo
maravilhoso decerto
É dínamo contra o mal!!!

Prece fraterna







Deus de amor, de luz e de bondade

Pai de todo ser e toda criatura

Propício a todo que procura,

Um sonho de paz e amenidade



Pai e educador da humanidade

Que jungida pelo peso da amargura

e estiolada por laços de apertura

Demanda e suplica piedade...



Ouve os brados do filho que chora

esmagado peça dor cruciante

e que estendendo suas mãos, implora



Escuta-nos agora e mais adiante

A cada momento, tempo e hora,

Escuta-nos sempre e a cada instante.

A voz...






Voz que sempre me acompanhas


E não sei donde vem


se das entranhas,


da terra ou dos ares de além...




Voz que procede dos mares


Voz que não sei donde vem


Voz que dissipa os pesares


E que sempre me fez tanto bem...




Voz tutelar que eu escuto


Sem conhecer a razão


Voz do numinoso, oculto


A qual eu presto atenção.




Voz que sempre sugestiva


Diz o que devo fazer


Voz que sempre positiva


ouço com o maior prazer




Voz que sempre me guiaste


em perfeita segurança


Voz que comigo falaste


sendo ainda eu criança...


Voz que sempre orientaste

cada apelo ou decisão

Voz que sempre foi ouvida

No fundo do coração!


Voz que ouço mas não sei


a origem, o segredo


Voz eu te tomo por lei


E já não tenho mais medo...




Voz que desde o berço


instado tem comigo


Em tom de humano apreço


qual fosse um bom amigo




Voz que não sei explicar


a direção de onde vem...


Voz que parece ecoar


lá dos páramos de além...




Voz que sempre me fizeste bem!

Pater!






Pai, eu elevo a minha consciência


devota, humilde e suplicante


Estende a mão a cada instante


Concedendo-me força e resistência.




Enche-me de sabedoria e de ciência


de esperança e amor vivificante


Para que possa ser constante


Exercitando a santa paciência...




Eleva-me por sobre as trevas deste mundo


Qual sol sobrepairando no abismo


gigante, colossal, profundo




Sustenta-me os pés durante o cismo


causado pelo espírito imundo


E salva-me deste cataclismo!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Senhor de todos os Caminhos






Senhor de todos os Caminhos


Peregrino de todas as jornadas


E meio a penosas caminhadas


Jamais estaremos sozinhos




Guia das sendas palmilhadas


Sedento de afetos e carinhos


Motejos suportastes, escarninhos

As dores de todas as estradas...




Espero sempre estar contigo


Por sentir-me tosco e pequenino


Imagem rude do Adão antigo...




Carrega-me como a um menino


Transpor-me faz o divino postigo


E salva-me deste mundo fescenino!