domingo, 5 de setembro de 2010

Imortalidade...














Também eu acreditei que esta vida


tudo é


Perdendo a crença recebida


a antiga fé...




Também eu como tu


por certo dei...


que esta vida é tudo


e me alegrei...




Também eu cri compreender


a vida


Mas tive benefício de conceder


a dúvida...




Como tu acreditei ter achado


boas explicações.


Então me vi pasmado

entre divagações...





Como tu porfiei decifrar


a existência


Dos enigmas todos extrair


a quintessencia...




Pretendi com a inteligência devassar


ares e abismos


tudo reduzir e expressar


por silogismos...




Levei a cabo meus juvenis


enleios


Um sequer, não satisfiz:


destes anseios...




Cheguei mesmo a acreditar que a morte


tudo destrói


que o verme segundo a humana sorte


tudo corrói...




Que a lousa era o final de tudo


quanto fazemos


Os ossos, testemunho mundo


do que perdemos


A fria campa, termo final

da existência

Trágico epílogo mortal

desta ciência!




O espirito fruto de neuronais


conexões


A alma produto de anormais


concepções...


A imortalidade humana, palavra

sem sentido!
A metafísica rematada lavra

de um ressentido...






Tudo para mim se resumia na matéria


fria


Cada dor, cada pulsação, artéria


a alegria...


E assim prosseguia em meu anelo


captar

Sentido, sem mundo paralelo...

demonstrar

Da religiosidade a insana loucura

e com prazer

a superstição ignara, obscura

desfazer!






Como vós eu não acreditava


noutro viver


mas apenas naquilo que aceitava


podendo ver.





Dia veio porém em que acordei


deste sono letal


abri meus olhos e por certo dei


com o engano fatal





A teoria segundo a qual esta vida


tudo é.


Minh'alma abraçou comovida


a antiga fé...




Fé no destino imortal, superior


da alma humana


que da racionalidade interior


emana




Hoje sei que algo sobrevive ao 'fim'

lá nos espaços

E por isso hei de exclamar enfim:

quebrei meus laços...












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