Ao Sagrado Coração

Sagrado coração de meu Jesus
Tesouro de infinita compaixão
Sagrado coração de amor e luz
De Jesus, Sagrado coração

Coração ferido sobre a cruz
Exemplo de vida em oblação
Oferecendo-se como imolação
Pastor bondoso que nos conduz

Meu coração pesado toma para ti
E teu divino coração implanta
No amago d'alma aniquilada!

Inda que a sinta nua e fustigada
A esperança viva em mim replanta
Para ser fiel ao quanto prometi!

Ressurreição

Eu te saúdo vencedor da morte
Invicto, Superno, Onipotente
Triunfante, corajoso, resistente
Que ao vencer mudaste minha sorte

Estrela sois no pólo do meu norte
Deus de amor, fiel, benevolente
Face a Pilatos firme, já valente
Deus de amor, fiel, amigo e forte

Esmagando do mal a potestade
Espancando a treva com teu porte
Manifestas a tua majestade!

Por merce da verdadeira humanidade
Sobre a cruz sem ter que o conforte
Ressuscitas sendo Deus na Eternidade!

A primeira aparição do Cristo

Virgem jamais perdeste a esperança
Mesmo ao ver o filho sepultado
Tal sua aparência e triste estado
O coração trespassado pela lança

Aquilo que se espera sempre alcança
Assim teu espírito nobre e elevado
Aguarda pelo que foi profetizado
Amor maternal que não se cansa

Em verdade para a Virginal Senhora
Jamais o Cristo filho seu morrerá
Vivo ficando no altar do coração

Assim chegando do triunfo a hora
Aquele que o poder do mal vencerá
Lhe concede a primeira aparição!

Perfeição

Se tudo quanto disse Jesus Cristo
Sobre um ideal de bem e perfeição
Impossível é de ter realização
Desta fé, lamento, mas desisto...

Mas... Pelo contrário, já resisto
Se vindo de encontro ao coração
Ao perfeito franqueia execução
Este Evangelho em que persisto

Que nosso padrão de Cristianismo
E modelo consumado de virtude
Seja Deus como ensina o Evangelho

Não haja atenuantes no Catolicismo
Pautemos em Jesus, o Cristo; a atitude
Vencendo a cada dia o homem velho!

Redenção divina

Num deus torturador cruel
Num Adolf Hitler infinitisado
Num ser sádico canonizado
Não creio, mas no Pai do céu!

Num deus amargo como o fel
Num incinerador inveterado
Num ser iracundo e transtornado
Não creio, Cristo sabe a mel!

Em penas eternas eu não credito
Mas no amor infinito de Jesus
Deus eterno e pleno de bondade

Tomo do Evangelho, o veredito
Se a dor vivenciou Deus numa Cruz
Foi para remir o homem de verdade!

Penas eternas...

Também eu, bom amigo, ateu seria
Se tivesse de crer num Ser malvado
Num deus policial, colérico e irado
Nesse Ser como tu eu não creria

A fé sagrada não professaria
No homem eternamente rejeitado
Sem liberdade e ao mal predestinado
Tal 'Evangelho' não receberia.

Por isso tua revolta compreendo
E fosse para crer no tal inferno
Como tu, amigo, me recusaria

No entanto o Evangelho percorrendo
Não encontrei o tal castigo eterno
Que minha fé no Cristo extinguiria!

O livre exame

Tudo se martiriza neste mundo
Mesmo sem instrumentos de tortura
Tal o homem forceja, assim procura
Apresentar o limpo como imundo

Apresenta o raso como fundo
A sensatez e prudência qual loucura
Lógica qual da verdade sepultura
Retangular e quadrado por rotundo

Tudo martiriza o homem apelando
A seu próprio exame especioso
Conforme as lições do ceticismo

Assim tudo ele foi interpretando
Invertendo o Evangelho precioso
E martirizando o próprio Cristianismo

Protestantismo

Quando no entardecer da media idade
Altaneiro Martinho Lutero levantou-se
Bíblico e paulinista ele aprestou-se
Clamando contra a velha Cristandade

Fundamentos outros a santa cidade
quis por e das obras apartou-se
Da lei de amor com asco ele afastou-se
Tomando a fé somente por verdade.

Tal o novo fundamento enunciado
Sem obras a fé cristã feita eficaz
No 'áureo' berço do protestantismo

Tal o Evangelho novo e reformado
Pelo qual 'salvam-se' Nero, Hitler e Caifaz...
Na tumba do verdadeiro Cristianismo!

Suprema apostasia

Quando te vejo assim desfigurado
Espírito Bom do Cristianismo
Prevejo um futuro cataclismo
A fustigar este mundo depravado

Espírito foi, hábil, sofisticado
Que mudou a essência do organismo
Inoculando a poção do fideismo
No Evangelho de amor enunciado

Desde então o amor, tem esfriado
Prevalecido a manobra da injustiça
Ímpia lei da maldade triunfado

Do bem nos afastamos, da justiça
De tudo que Jesus tem ensinado
Afundando na avareza e na cobiça!

Sexta feira maior

Ao te contemplar Jesus sobre o madeiro
Com os braços pálidos, exangues e abertos
Os membros feridos, moídos, descobertos
Convidativo, amistoso e companheiro

Peregrino do amor, Deus, aventureiro
Em meio a solidão destes desertos
Guia os passos meus, tímidos e incertos
Liberta-me porque fostes prisioneiro!

Eterno rei cuja fronte serena, merencória
Cingida foi por urzes e espinhos
Em meio a suplícios bárbaros e atrozes

Deus que te manifestastes na História
E Mestre de todos os caminhos
Não deixes de ouvir as nossas vozes!