quinta-feira, 6 de março de 2008

Maria.







Maria... eu ando por um caminho.
cheio de espinhos e pedras duras,
minhal é ave triste, sem ninho,
pelo deserto das amarguras...

Nem uma estrela nas minhas noites,
só de procelas, rijos açoites!

Mãe de Jesus, todos os filhos,
de Eva padecem os mesmos males,
ou nas montanhas, do sol aos brilhos,
ou nas sombrias covas dos vales...

Deste vil mundo pelas estâncias,
ressoam dores, suspiros, ânsias...

Todos os frutos, todas as rosas
Da terra - não passam de poeira,
pedindo água, bocas sedentas.
venenos bebem, a vida inteira!

Da-nos remédio, cheia de graça,
Contra as feridas que o mal nos faça.

Pois que te chamam ajudadora.
aos Cristãos da-nos o teu auxilio!
Acende estrelas, minha senhora
sob o céu triste de nosso exílio.

Sim faz óh Virgem que tantas dores,
Sejam sementes de eternas flores.


Amélia Rodrigues.

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