domingo, 14 de maio de 2017

A ressurreição de Lázaro

               

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                                          I

Quando em Betânia, uma vila obscura
Lázaro seu amado amigo definhava
Mesmo cônscio Jesus não porfiava
Em conceder-lhe miraculosa cura

A mente dos apóstolos procura
Saber o que Jesus Cristo pensava
E enquanto o Mestre meditava
Cogitam: 'Retornar é uma loucura,

Afinal se dorme escapará da morte'
Torna Jesus: 'É morto nosso amigo
Tendo a sepultura fria por consorte,


Importa até lá irdes todos comigo

Vossa fraca fé atingirá um porte
Colossal, e nela encontrareis abrigo!



                         II

Marta quando soube que o divino
Mestre, a sua casa demandava
Agiu segundo o coração mandava
Indo de encontro ao peregrino

E para cumprir o seu destino
Junto aquele que o passo retardava
Questionou o Mestre que tardava
Mostrando sinais de desatino:

'Mestre se os passos apressando
Há dias tivesses já chegado
Não teria perdido meu irmão!

'Creio porém que aos céus clamando
Por ele a teu Pai Bom e amado
Alcançará feliz ressurreição!


                         III


Torna Jesus e responde a enlutada:
'A quantos procedem deste mundo
Há um abismo colossal, profundo
Entre a mortal sentença decretada

E ressurreição final anunciada.
Nem pode o homem lá do fundo
Das entranhas vis do submundo
Eurídice fazer surgir ataviada!

Eu no entanto que dos céus procedo
Ouso declarar que jamais perecerá
Quem com fé viva acreditar em mim

Sou a ressurreição e a vida concedo
A quem desejar e jamais morrerá
A quem conceder esta vida sem fim!


                         IV



Diz isto pergunta com voz carinhosa
'Acaso acreditas oh Marta, em mim?
E mulher responde firme e generosa
Que sejas o Cristo, eu julgo que sim!

E alerta a irmã que vai pressurosa
O mestre encontrar perto do jardim
E ao Mestre dirige queixa amargosa:
Meu irmão deixaste, perecer assim!

Jesus nosso Bem ao vê-la chorando
E todos os mais que se aproximavam
Onde o colocaram? Pergunta aos judeus

'Vem até a tumba.' Respondem falando
E enquanto mais alto dolentes choravam
Chora ali com eles o Filho de Deus!


                            V


Enquanto diante da tumba chorava
Tristonho e dolente o Verbo encarnado
O vilarejo de Betânia congregado
A tocante cena assim aquilava:

Eis a prova do quanto ele o amava!
Exclamava parte do povo admirado
Por que não reteve o amigo pranteado?
É o que outra parte dele cogitava...

Jesus sem atentar a seus clamores

E fitando a grande pedra que o jazigo
fechava. Pede que a removam sem demora

Atordoada Marta cogita nos odores...
Jesus lhe pergunta: Estas comigo?
Pois do milagre se aproxima a 
hora!


                         VI


Quando Marta encerrou sua profissão
De fé na glória do Verbo encarnado
Jesus deu início a uma breve oração
Em que agradecia o milagre operado

Do povo jaz presa a respiração
'Sai Lazaro agora, estas convocado
Que torne a bater o teu coração
E tornes a luz já ressuscitado!

Sem acreditar naquilo que viam
Contemplam o morto da gruta saindo
Ligado com faixas, sudário no rosto

Criticas tecer já não se atreviam
Ao Mestre diante da tumba sorrindo
E Lázaro ao lado muito bem disposto!










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