Quando folheio da natureza o livro
Pelo dedo de Deus aqui escrito
Sentindo-me melancólico, proscrito
Da razão tudo passando, pelo crivo
De tais conjecturas não me livro
Tento fugir, divagar, mas adstrito
A tema tão profundo quanto estrito
Nas nuvens os olhos meus eu cravo
E lendo o livro etéreo dos faróis
Que cintilam sobre o firmamento
Bendigo a sorte desta penitência
Outros tantos mundos, tantos sóis
Após o tédio do confinamento
Em meio a dor, a treva a pestilência
Nenhum comentário:
Postar um comentário