Amo-te, oh cruz, no vértice firmada
De esplêndidas igrejas;
Amo-te quando a noite, sobre a campa,
Junto ao cipreste alvejas;
Amo-te sobre o altar, onde, entre incensos,
As preces te rodeiam;
Amo-te quando em prestito festivo
As multidões te asteiam;
Amo-te erguida no cruzeiro antigo
No adro do presbitério;
E quando ao morto, impressa no ataúde,
Guias ao cemitério;
Amo-te, oh Cruz, até, quando no vale
Negrejas triste e só;
Núncia do crime, a que deveu a terra
Do assassinado o pó:
Porém quanto mais eu te amo
Oh cruz do meu Senhor,
É, se te encontro a tarde
Antes do sol se por.
Na clareira da serra,
que o arvoredo assombra
e a luz fenecendo
se entira a tua sombra,
Do sol os frageis raios
com o luar mistura
e o seu hino a tarde
o pinheiral murmura.
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