domingo, 1 de março de 2009

O hino da natureza








Já nova musa

meu canto inspira

não mais empunho

profana lira



Minha alma imita

a natureza

quem vencer pode

sua beleza?



De dia, e noite

louva o Senhor

canta os prodígios

do criador.



Tu não escutas

essa harmônia,

que ao infinito

a terra envia?



Tu não reparas

como o mar geme,

como entre as folhas

o vento freme?



A ave chora

a ovelha muge

o trovão brama

e o leão ruge...



Cada qual canta

ao seu teor

e todos louvam

supremo autor.



Da grande orquestra

aumente o brilho

um ode humano

da razão filho.



Minhalma aprende

bendiz a Deus

e santifica

os lábios teus!



Gonçalves de Magalhães.





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